O tênis foi um esporte que me deu muito prazer e me ensinou muitas coisas. É um esporte onde o “esperto” não tem vez, todos no clube acabam fugindo de jogar com aqueles cuja honestidade é duvidosa. Entre amadores é jogado sem árbitro, vale sempre o que o oponente diz sobre as bolas duvidosas em seu lado da quadra. No profissional, é comum ver um jogador passar o pé em cima de uma marca da bola, onde o juiz errou a marcação a seu favor e assim, este reconhece um erro que lhe beneficiaria.
Já no futebol, vale a lei de Gerson, Luiz Fabiano, Maradona, Thierry Henry e outros, que viraram heróis depois de usar “la mano de Dios” para marcar um gol. O bandeirinha que não viu a bola no braço de Luis Fabiano no gol contra a Costa do Marfim, confessou que não dormiu depois que viu as imagens na TV. Já Luis Fabiano deve ter dormido o “sono dos justos”...
Quem assistiu a Copa ficou perplexo pela quantidade de erros de arbitragem – e com raiva – daqueles que supostamente prejudicaram nossa “seleção canarinho”... ou seria “selecinha canalhinha”... bom deixa pra lá...isso é outro assunto...
Só pudemos saber dos erros dos juízes, porque o replay das imagens está cada vez mais perfeito, pelo uso do software que muda o ângulo de visão da câmera. Esse verdadeiro bedel digital vem desmoralizando árbitros e bandeirinhas pelo mundo todo.
No tênis com saques e jogadas com aquela pequena bola em velocidade cada vez mais estonteante, o software “hawk-eye” vem salvando o espetáculo. Para não haver um abuso por parte dos jogadores, cada um tem o direito de pedir dois desafios por game. Se o jogador estava certo, não perde o direito das duas chamadas pelo “olho do falcão”.
A cartolagem do futebol reluta em admitir o uso de qualquer recurso eletrônico, chegando inclusive ao absurdo de proibir o replay de jogadas polêmicas no telão do campo. Pesquisa da Nielsen indicam que na América do Sul 79% dos entrevistados é a favor do uso de recursos eletrônicos para ajudar o juiz. Na Irlanda - que foi eliminada da Copa com o gol de mão de Thierry – não é a toa que, 84% achem importante o auxílio tecnológico.
A tecnologia digital eleva a qualidade de tudo a que é aplicada, ninguém é tolo o suficiente para deixar de usá-la. As explicações do presidente da FIFA Joseph Blatter, apoiadas em coro por outros cartolas do futebol, são entre outras, de que a “graça” do futebol esta justamente na polêmica.
Tenho certeza que nenhum de nós, caros leitores, sequer podemos pensar ou insinuar que seus motivos sejam também outros...
A propósito, o símbolo da Copa no Brasil em 2014 é cheio de mãos! Seria a maldição da “mano de Dios”? Ou a de se “meter a mão” em tudo que tenha a ver com futebol... Cruzes, que logomarca infeliz!